A HISTÓRIA DA CAPELANIA

A história da origem de Capelania segue diferentes caminhos. A Encyclopaedia Britânica (em inglês) registra o que resumimos a seguir: Na França costumava-se levar uma relíquia de capela ou oratório de São Martin de Tours, preservada pelo rei da França, para o acampamento militar, em tempos de guerra. A relíquia era posta numa tenda especial que levava o nome de capela. Um sacerdote era mantido para o ofício religioso e aconselhamento. A idéia progrediu e mesmo em tempo de paz, a capela continuava no reino sempre com um sacerdote que era o conselheiro. O costume passou a ser observado também em Roma.

Em 1789, esse ofício foi abolido na França, mas restabelecido em 1857, pelo Papa Pio IX. A esta altura, o sacerdote que tomava conta da capela, que era chamado capelão, passava a ser o líder espiritual do Soberano Rei e de seus representantes. O serviço costumava estender-se também a outras instituições: Parlamento, Colégios, Cemitérios e Prisões. Tudo isto porque para o catolicismo, existem as igrejas matrizes em cada lugar e as paróquias para atendimento geral dos fiéis. Um serviço religioso particular, não era comum. Assim, surgia a figura da capela. Aliás, o Código de Direito Canônico em vigência, promulgado pelo Papa João Paulo II, regulamenta a instituição e o funcionamento de Capelas, dos Cânones 1223 a 1229.

O MOVIMENTO MODERNO DE CAPELANIA

Mas o movimento moderno e mais definido de capelania, com tendências à institucionalização da atividade, começou a surgir no final do século 19, com uma acirrada discussão sobre psicologia pastoral, nos Estados Unidos e na Inglaterra. O principal protagonista da idéia foi um pastor congregacional de Columbus, no Estado de Ohio, Estados Unidos, Washington Gladden, que insistia na necessidade de cooperação entre o clero (líderes religiosos) e a classe médica (A Árvore da Cura, p. 246). Gladden, em seu livro The Christian Pastor (O pastor cristão), evidenciou os vínculos entre a saúde mental e a saúde física.
Por este tempo, principalmente na virada do século 19 para o século 20, eclodiu uma forte discussão sobre experiência religiosa. Nesta discussão juntavam-se psicólogos, teólogos, clérigos, médicos e psicoterapeutas. O tema principal era: “cura para todos”, e o objetivo maior era buscar saúde para “o homem inteiro”.
Logo surgiu outro luminar do movimento, que era Anton Boisen (1876-1966). Dedicou-se com muito sucesso à teologia pastoral. Formado pela Universidade de Harvard, e depois de muitas lutas e discussões, assumiu uma capelania no Hospital Estadual de Worcester, para doentes mentais.

Boisen foi o primeiro a introduzir estudantes de teologia num hospital psiquiátrico para treinamento pastoral clínico, o que fazia parte dos trabalhos normais do hospital. Este trabalho cresceu e se estabeleceu durante dez anos. Boisen é considerado pela literatura moderna um dos fundadores do treinamento pastoral clínico.